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Câmara Municipal de Natal

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Notícia

13/05/2019 Comissão de Saúde faz visita na UPA da Cidade da Esperança

Após denúncias, a Comissão de Saúde da Câmara realizou na tarde desta segunda-feira (13), uma visita de inspeção à Unidade de Pronto-atendimento (UPA), da zona Leste da cidade, situada no bairro Cidade da Esperança. Os vereadores Carla Dickson (PROS), Fernando Lucena (PT), Franklin Capistrano (PSB) e Preto Aquino (PATRIOTA) constataram os problemas no local, como superlotação e casos de ‘ambulâncioterapia’, que são pacientes vindos do interior em busca de atendimento médico. Durante o final de semana, quatro pessoas com sintomas crônicos foram a óbito dentro da UPA. O diretor administrativo relatou que foram casos à parte, de pessoas que deveriam estar internadas em hospitais. “Pacientes que não possuem perfil de UPA e sim de hospital. As quatro pessoas que foram a óbito se encontravam nas salas vermelha e amarela, que já vinham realizando um tratamento e chegaram aqui bem debilitadas”, relatou João de Deus. Em relação à demanda de pacientes, houve um aumento na procura após os casos de arboviroses da cidade. “Em 2016, 2017, nós tínhamos um número X de profissionais para atender a uma média de 300 atendimentos por dia. Hoje dobrou e o quadro continuou o mesmo. Houve concurso, aconteceram alguns chamados, mas ainda não é suficiente para atender a nossa demanda”, afirmou João de Deus. 

O vereador Preto Aquino pediu cautela quanto ao assunto e uma avaliação mais aprofundada de cada caso de óbito na UPA. “Temos que ver cada caso, o que ocasionou o óbito do paciente para que a gente possa realmente entender se foi por falta de transferência devido à falta de vagas, por exemplo. Não é fácil e prova disso é que na sala vermelha, dois pacientes que estão sendo acompanhados não são do Rio Grande do Norte e sim de cidades situadas na Paraíba, aqui na divisa com o estado. Acontece que as unidades são porta-aberta e não podem recusar atendimento a ninguém. Percebemos então que fica para Natal assumir a responsabilidade que é do Governo do Estado e de outras prefeituras, pois sabem que aqui em Natal, apesar das dificuldades, eles conseguem atendimento médico”, disse. Para Carla Dickson, um dos maiores problemas ainda é a constatação da ‘ambulancioterapia’. “Continuam enviando pacientes do interior e como não pode negar atendimento, então o paciente grave entra e depois se percebe que ele não é de Natal. Então o que era pra ser do cidadão natalense, acaba sendo compartilhado com outras cidades e fica cômodo para os outros prefeitos que acabam não cumprindo com o seu dever”, Carla.

Outro questionamento apresentado foi quanto à regulação dos pacientes que chegam em busca de atendimento e acabam necessitando de internamento. Eles deveriam ser encaminhados para os hospitais de referência, como hospital municipal, ou demais conveniados pelos SUS, porém não conseguem transferência. “Aqui está havendo uma grande dificuldade porque referenciamento de paciente está difícil, não há regulação, não funciona como deveria funcionar e esse entrave que é que regula a porta de saída dos pacientes para os hospitais. UPA não é hospital e sim uma unidade de pronto-atendimento. O paciente aqui tem que ficar pouco tempo. Vamos questionar à Secretaria de Saúde quanto a essa situação”, informou o vereador Franklin Capistrano.

O presidente da Comissão, vereador Fernando Lucena fez um balanço da visita e das denúncias e anunciou as medidas que serão tomadas após o que foi constatado dentro da UPA da Cidade da Esperança. “Não podemos ter um índice tão grande de óbitos aqui, na verdade, não é pra ter óbito em UPA, pois são unidades de pronto-atendimento, a pessoa chega aqui e depois ser encaminhada para os outros hospitais e não ficar aqui internada trinta dias e morrer. A preocupação da Comissão de saúde é um alerta gravíssimo porque vem se repetindo. Nós vamos convocar os reguladores tanto do estado, quanto do município para uma Audiência Pública para saber o que está acontecendo e termos a resposta. Outra discussão que precisamos ter com a regulação é que quando alguém judicializa o caso, tem a vaga de imediato. De onde surgiu a vaga? Ou tinha a vaga? Queremos saber porque quem entra com liminar consegue e quem não tem dinheiro pra pagar um bom advogado não consegue o atendimento. Saúde é uma obrigação do estado e nós vamos cobrar dele e do município condições para que ninguém fique mais de 48 horas internada aqui”, Lucena. 

Texto: Kehrle Junior

Fotos: Verônica Mâcedo

VISITA DA COMISSÃO DE SAÚDE A UPA DA CIDADE DA ESPERANÇA