Debater a leitura como ferramenta de mudanças sociais foi o objetivo da reunião da Frente Parlamentar de Defesa do Livro e da Leitura na manhã desta terça-feira (30). Coordenada pela vereadora Eleika Bezerra (PSL), a reunião contou com a participação de professores, bibliotecários, mediadores e estudantes que abordaram ainda outros aspectos do tema, como a falta de oportunidades para bibliotecários, estrutura das escolas e Plano Municipal de Leitura.
"É uma questão ampla com muitas variáveis que passam pela necessidade do mediador e bibliotecários nas escolas. Este debate de hoje suscita que precisamos de mais discussão sobre o tema para mostrar o que há de bom e o que necessita para reforçar a formação de leitores na escola", disse a vereadora Eleika Bezerra. Na ocasião foi iniciado o projeto de distribuição de gibis da Turma do Mônica, com a temática da prevenção contra as drogas, criado pelo Instituto Cultural Maurício de Sousa. O gabinete da parlamentar reproduziu 4 mil exemplares para serem distribuídos nas escolas municipais do Ensino Fundamental I.
A leitura é capaz de mudar a realidade e abrir novos horizontes, como ocorreu com a catadora de materiais recicláveis, Lindiana da Silva. Ela tomou gosto pela leitura ainda na escola e, dessa forma, diz que conseguiu preencher o vazio pelas dificuldades financeiras em que cresceu. "Os livros me trouxeram possibilidades. Hoje transformei esse amor em ação. Os livros que encontro nas ruas, no lixo, levo para casa e restauro. Depois de ler com minha família, eu doo para que outras crianças, outras famílias também possam ter essa oportunidade", disse.
Nas escolas, segundo o representante da Fundação Capitania das Artes (Funcarte) presente à reunião, o trabalho de leitura tem sido desenvolvido através do Plano Municipal de Leitura que visa executar ações em bibliotecas pólo nas quatro regiões da cidade. "Já está sendo realizado esse trabalho nas regiões, não como foi pensado no plano com os investimentos previstos, mas são ações permanentes. A Funcarte tem inclusive realizado ações com editais de leitura e literatura, mas que infelizmente não tem encontrado interessados", relata Hélio Oliveira.
Nas escolas, a presença do bibliotecário e mediadores é fundamental para que esse trabalho de formação de leitores se concretize, mas para a professora do Departamento de Biblioteconomia-Ciências do Conhecimento, Antônia de Freitas Neto, faltam oportunidades."Há poucos bibliotecários nas escolas públicas. A maioria está nas escolas particulares ou em instituições que não são bibliotecas. Temos perspectivas bem amplas em relação à efetivação da leitura nas escolas, mas faltam oportunidades", destaca.
Texto: Cláudio Oliveira
Fotos: Marcelo Barroso